The Raspberry Reich - Bruce LaBruce















O filme começa com o sequestro de Patrick, o filho de um rico industrial. Relacionamentos sexuais vão empurrando a trama. No clímax do filme, Gudrun oferece um solilóquio sobre a importância da vida pessoal na revolução. Dando particular ênfase à ruptura com as normas sexuais heterossexuais e possessivas, exortando os seus camaradas a aderir à "Intifada Homossexual".


A pressão da personalidade controladora de Gudrun faz com que o grupo se dissolva. A maioria dos guerrilheiros urbanos foge para a noite. No desfecho, os personagens são mostrados algum tempo depois. Vários encontraram a felicidade nas relações homossexuais estabelecidas durante a sua atividade revolucionária. Che tornou-se um treinador de terroristas Médio Oriente. Patrick foge com Clyde, embarcando numa carreira de assaltos a bancos. Esta ação é uma reminiscência das ações de Patty Hearst com o Symbionese Liberation Army. Gudrun e Andreas acabam por sossegar e ter um filho chamado Ulrike (em hora de Ulrike Meinhof), filho este que Gudrun espera poder vir a encarnar a próxima geração da Facção Exército Vermelho.

Bruce LaBruce é um dos diretores contemporâneos, nem tão novo assim, que tem um trabalho super interessante mas que dificilmente seus filmes chegam no mercado brasileiro, sendo possível conhecer somente através de downloads e mostras. Este filme traz algo que eu poderia chamar de revolucionário, sem aquele sarcasmo quando falamos na pretensão que essa palavra carrega, pois falar de coisas que revolucionam em nossos tempos é bastante difícil.

O poder que a sexualidade exerce sobre nossas vidas, a energia sexual como impulsionadora de todos os sentidos, transformando e revolucionando, essas são algumas das principais temáticas do universo criativo de LaBruce. Usando sexo aliado a uma estética baseada na cultura pop e queer do movimento punk gay americano, que por si só já é transgressora, este filme tem muito mais do que a tal revolução homossexual que o filme mostra.

As cenas de sexo são estimulantes, ardor e energia sexual como provocação aliada a referências que misturam discursos marxistas a imagens de sexo explicito. Desconstruindo conceitos e seriedades, o diretor cutuca o espectador através de imagens instigantes, cortes rápidos, onde pênis e vaginas surgem imensos, úmidos e eretos na tela.



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